O Studio Mumbai, escritório de arquitetura indiano liderado por Bijoy Jain, acaba de ser premiado com a Medalha Alvar Aalto 2020, uma iniciativa concebida pelo próprio Aalto em 1967 com a finalidade de homenagear escritórios de arquitetura e arquitetos no mundo todo. Concedida a cada três anos pela Fundação Alvar Aalto, a medalha “busca reconhecer profissionais da arquitetura que têm contribuído significativamente para o desenvolvimento criativo da disciplina.”
Escolhido por uma comissão composta por membros da Fundação Alvar Aalto, do Museu de Arquitetura Finlandesa, da Associação Finlandesa de Arquitetos SAFA, da Sociedade de Arquitetura Finlandesa e da Prefeitura da Cidade de Helsinque, o Studio Mumbai foi apresentado como um escritório de arquitetura que procura “promover uma reconexão entre o ofício da arquitetura e o artesanato da construção”. Bijoy Jain recebeu a Medalha Alvar Aalto 2020 no último mês de fevereiro na Embaixada da Finlândia em Nova Delhi, Índia. Embora o prêmio seja respectivo a 2020, a cerimônia teve de ser adida por razões bastante óbvias.
Interpretando as características geográficas, climáticas e sociais específicas de cada lugar, a obra de Bijoy Jain reflete uma compreensão profunda e um respeito estremo pelas especificidades de cada projeto. Procurando avaliar os nomeados para o prêmio a partir de uma série de critérios considerados cruciais pelo próprio Alvar Aalto, de acordo com Jan Utzon, o presidente do júri deste ano, os “projetos de arquitetura desenvolvidos pelo Studio Mumbai tangenciam todos os parâmetros que Aalto considerava fundamentais para um bom projeto de arquitetura”. Durante a cerimônia de entrega da medalha, o júri chamou atenção para o fato de que Bijoy Jain busca aproximar-se de outros colegas arquitetos e principalmente dos artesãos e construtores responsáveis por erguer suas obras, reaproximando o ofício da arquitetura com os processos de construção.
Como parte dos eventos relacionados com a premiação, uma exposição dos trabalhos do Studio Mumbai foi inaugurada no Museu de Arquitetura Finlandesa de Helsinque no último dia 17 de março e estará aberto ao público até o próximo dia 22 de agosto. Os membros do júri desta edição do prêmio foram o arquiteto Enrique Sobejano da Espanha, o engenheiro civil Gunnar Heipp da Suíça e os arquitetos Pia Ilonen e Anu Puustinen da Finlândia, enquanto o arquiteto Jan Utzon da Dinamarca presidiu o júri.
Os edifícios concebidos por Bijoy Jain e seus colegas apresentam uma forte conexão com a paisagem específica do lugar: são consideradas as particularidades geográficas, climáticas e sociais do ambiente natural e construído aonde suas obras encontram-se inseridas. Seu processo criativo é marcado por um contato direto com os artesãos e construtores, uma arquitetura que nasce do trabalho mútuo e colaborativo entre todas as partes envolvidas. Essa integração entre o arquiteto e o construtor se reflete não apenas no processo de construção mas na escala humana corporificada em suas obras. – Jan Utzon, presidente do júri.
Bijoy Jain nasceu na cidade de Mumbai no ano de 1965 e formou-se arquiteto pela Universidade de Washington em St. Louis, EUA, em 1990. No início de sua carreira ele trabalhou entre as cidade de Los Angeles e Londres antes de retornar de forma definitiva à sua terra natal, a Índia. Jain lecionou na Royal Danish Academy of Fine Arts em Copenhagen, na Yale School of Architecture e na Accademia di Architettura da Università Della Svizzera Italiana em Mendrisio, Suíça.
Operando majoritariamente entre a Índia, o Japão e a Europa, o Studio Mumbai foi fundado em 1995 e emprega hoje uma equipe multidisciplinar de arquitetos, engenheiros, artesãos e mestres construtores. Os principais projetos de Bijoy Jain e do Studio Mumbai incluem a Copper House II, um edifício residencial em Chondi, Maharashtra, Índia (2011); o edifício da fábrica do Ganga Maki Textile Studio em Dehradun, em Uttarakhand, Índia (2017); e o Centro Comunitário Yamashiroya em Onomichi, Japão (2018). Entre as honrarias recebidas, o Studio Mumbai foi premiado com a Grande Medaille d'Or (2014) e com a RIBA International Fellow (2017).